quinta-feira, 30 de agosto de 2007


"TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES "



Prezado amigo:


Bom dia !
Sou professor de fisica de ensino médio de um escola pública em uma cidade do interior da Bahia e gostaria de expor a você o meu salário bruto mensal: Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$ 650,00. Isso mesmo! E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não possuem um curso superior como eu e recebem minguados R$ 440,00. Será que alguém acha que com um salário assim, a rede de ensino poderá contar com professores competentes e dispostos a ensinar ?
Não querendo generalizar, pois ainda existem bons professores
lecionando,mas atualmente a regra é essa: O professor faz de conta que dá aula, o aluno faz de conta que aprende e a escola aprova o aluno mal preparado.
Incrível, mas é a pura verdade !
Sinceramente, eu leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um trabalho social.
Mas nessa semana, o soco que tomei na boca do estomago do meu idealismo foi duro !
Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$ 10,2 milhões por ano. São os parlamentares mais caros do mundo.
pouco mais de R$ 2,8 milhões, na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$ 850 milO minuto trabalhado aqui custa ao contribuinte R$ 11.545.Na Itália, são gastos com parlamentares R$ 3,9 milhões, na França, e na vizinha, Argentina, R$ 1,3 milhão.
Trocando em miudos um parlamentar custa ao país por baixo: 688 professores com curso superior Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minha
campanha., na qual o lema será:
"TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES "
Poderia ter colocado no lema para 688 professores, mas coloquei a metade (344),pois assim, sobra uma verba para aumentar o nosso salário, que é uma vergonha...

Atenciosamente
Um professor de fisica do interior da Bahia.


Diante disso, fico me questionando. Somos grandes colaboradores para que essa situação continue. Perpetuamos o discurso hegemonico de que professor trabalha por amor, que é uma questão de aptidão, comprometimento, dom, seja lá o que for. Mas a verdade é que, professor precisa comer, pagar as contas, se vestir, ter atendimento médico e para tudo isso se tornar possível o dinheiro é extremamente importante. Como pensar em salas de aula mais motivadas, uma pratica pedagogica transformadora, afetividade e todas essas coisas mais, sem levar em consideração que a auto-estima do educador também depende da sua remuneração? Certamente temos uma grande responsabilidade nisso, sustentamos o discurso hegemonico; não nos articulamos enquanto categoria, não trabalhamos em nossa dimensão individual e vamos às salas de aula cheios de angustia e queixosos... Até quando aceitaremos essa condição?



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